O esvaziamento dos conventos e a crise da Igreja na era do hedonismo. Um sinal dos tempos?

Folheto com o brasão da Ordem dos Carmelitas Descalços. | British Province of Carmelites (CC BY 2.0)

A cena que se desenrola na Guatemala é, ao mesmo tempo, comovente e sintomática. A Ordem dos Carmelitas Descalços (OCD), herdeira da espiritualidade fervorosa de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, entregou a reitoria de Santa Teresa de Jesus à Arquidiocese de Santiago da Guatemala. 

A razão? 

Falta de vocações. 

O drama vivido por esta ordem religiosa é, na verdade, uma tragédia global, que se estende por conventos, mosteiros e seminários em todo o mundo.

O fim de uma era

Os Carmelitas Descalços administravam essa reitoria desde 1960, oferecendo um sólido apoio espiritual aos fiéis guatemaltecos. Por décadas, sacerdotes fiéis conduziram almas na senda da oração e do sacrifício, ensinando que a vida cristã não se resume a prazeres terrenos, mas à busca incessante da santidade. No entanto, esse esplendor agora dá lugar ao abandono.

Os frades se despedem, resignados, agradecendo a Deus pelo privilégio de servir. Prometem retornar, caso um dia as vocações aumentem. Mas o que mudou? Por que, no passado, as ordens floresciam, e hoje jazem à beira da extinção?

O hedonismo e a crise das vocações

A realidade é dura, mas inegável: o mundo moderno exalta o prazer imediato, rechaçando qualquer ideal de renúncia e sacrifício. A sociedade contemporânea, impregnada de materialismo, rechaça a cruz e despreza a vocação religiosa

O princípio fundamental da vida consagrada é o abandono das vaidades do mundo, algo que contraria frontalmente o culto à permissividade, ao egoísmo e à autossatisfação.

O Concílio Vaticano II, com suas reformas desastrosas, foi o estopim de um êxodo sem precedentes dos conventos. Centenas de mosteiros esvaziaram-se em poucas décadas, enquanto o modernismo invadia os seminários, afugentando os que buscavam uma vida de oração e penitência

O que se viu foi uma debandada silenciosa, mas massiva. Dados apontam que mais de 90 mil freiras deixaram a vida religiosa entre 1965 e 1980. Um número estarrecedor.

O abandono da Tradição e suas consequências

A crise que hoje devora a Ordem dos Carmelitas é a mesma que vem consumindo tantas outras instituições. Onde estão os fervorosos sacerdotes que outrora atraíam vocações pelo exemplo de vida austera? Onde estão as noviças que, com amor inquebrantável, abraçavam o manto de suas congregações?

A resposta está na renúncia dos valores perenes da Santa Igreja. Ao se afastar da Tradição, a Igreja abriu brechas para o mundo entrar em seu interior e devorá-la por dentro.

Não é coincidência que, ao mesmo tempo, em que conventos fecham suas portas, novas comunidades que preservam a ortodoxia e a disciplina florescem. Os mosteiros que seguem a Missa Tradicional em latim, que preservam a austeridade dos santos fundadores, continuam a atrair vocações. A fidelidade gera frutos, enquanto a tibieza conduz ao fracasso.

O que fazer diante desse cenário?

A história dos Carmelitas na Guatemala não é um caso isolado, mas um sintoma de uma crise mais profunda. Diante dessa realidade, cabe a cada católico refletir: o que posso fazer para reverter essa situação? 

Em primeiro lugar, é preciso redobrar as orações pelas vocações. Padre Pio, que tanto lutou pela santificação dos sacerdotes, nunca deixou de insistir na necessidade de almas dispostas ao sacrifício.

Em segundo lugar, os fiéis devem apoiar as instituições que permanecem fiéis à Tradição. A superficialidade de muitas práticas modernas não conduz à santidade. É necessário buscar comunidades que mantenham a pureza da fé e a severidade evangélica.

Por fim, é preciso formar as próximas gerações para que compreendam a grandeza da vida religiosa. Como podem os jovens sonhar com a santidade se nunca lhes é apresentado um ideal elevado? 

Devemos recuperar o zelo pelas vocações, mostrar aos jovens que a maior felicidade não está no mundo, mas na vida consagrada a Deus.

Um Aviso para todos nós

A Ordem dos Carmelitas Descalços deixa um aviso aos católicos de todo o mundo: se não houver vocações, o futuro da Igreja estará comprometido. A pergunta que devemos nos fazer é: aceitaremos passivamente essa decadência ou faremos algo para mudar esse quadro?

A Regina Fidei convida você a fazer parte dessa luta espiritual. Junte-se a nós em oração e ajude a propagar essa mensagem. Conheça mais sobre a vida do Padre Pio e isso vai produzir antes que nada a SUA mudança interior.

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