Missionários franciscanos foram mortos por defenderem a santidade do matrimônio na América do século XVI

Cinco mártires franciscanos na América | Cortesia da Diocese de Savannah

O martírio é a suprema prova de fé, a declaração mais eloquente do amor a Deus que uma alma pode oferecer. No último dia 27 de janeiro, a Santa Sé reconheceu oficialmente o martírio dos servos de Deus Pedro de Corpa, Blas Rodríguez de Cuacos, Miguel de Añón, Antonio de Badajoz e Francisco de Veráscola

Estes cinco missionários franciscanos espanhóis foram trucidados por indígenas da tribo Guale, no atual estado da Geórgia, EUA, em setembro de 1597. A causa de suas mortes? A defesa da verdade, particularmente do matrimônio monogâmico, em oposição à poligamia indígena.

A chegada da luz cristã a terras desconhecidas

O século XVI foi marcado pela expansão missionária da Igreja, levando a luz do Evangelho às terras ainda dominadas pelo paganismo. No coração dessa epopeia, cinco frades franciscanos abandonaram tudo para semear a doutrina de Cristo entre os Guales. 

Era um tempo de heroísmo e coragem, no qual os enviados da fé enfrentavam não apenas as dificuldades materiais, mas também os duros embates espirituais contra costumes profundamente arraigados no erro.

Frei Pedro de Corpa, chefe da missão de Tolomato, foi o primeiro a enfrentar a hostilidade da tribo. O jovem Juanillo, herdeiro do cacique local, desejava contrair um segundo casamento, desrespeitando o compromisso assumido no batismo. 

O missionário, fiel ao ensinamento de Nosso Senhor, lembrou-lhe da santidade do matrimônio. A resposta do indígena foi brutal: tomado pela fúria, ele assassinou frei Pedro com um golpe de machado.

A fúria do paganismo contra a cruz

Não satisfeito com este primeiro crime, Juanillo incitou uma revolta geral contra os franciscanos. Frei Blas Rodríguez de Cuacos, superior da missão em Tupiquí, foi capturado, torturado e morto em 16 de setembro. Frei Miguel de Añón e frei Antonio de Badajoz, mesmo sabendo do perigo iminente, celebraram a Santa Missa antes de serem cruelmente assassinados

Por fim, frei Francisco de Veráscola também foi morto a machadadas no dia 18. Um a um, tombaram sem negar a fé, como verdadeiros filhos de São Francisco e autênticos soldados de Cristo.

Esses mártires recordam que a cruz sempre foi perseguida. Desde os primeiros séculos do cristianismo, aqueles que ousam desafiar a corrupção moral e os desmandos dos poderosos são silenciados pelo ódio. Mas, como afirmou Nosso Senhor: Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro do que a vós, odiou a mim (Jo 15,18).

O sangue dos mártires é semente de cristãos

O eco do martírio dos frades de Tolomato não se apagou com o tempo. Ao contrário, a coragem desses homens de Deus se tornou um testemunho vivo, atravessando os séculos e iluminando as almas. 

Se a missão franciscana foi momentaneamente destruída pela fúria dos infiéis, sua lembrança foi preservada, e a fé, longe de ser extinta, se fortaleceu ainda mais.

E aqui cabe uma reflexão para os dias atuais: a poligamia, condenada com firmeza pelos missionários, é apenas um dos inúmeros desvios da moral cristã que tentam se impor até hoje. 

Vivemos em tempos nos quais a destruição da família se dá não mais pelo machado de um selvagem enfurecido, mas pelas leis permissivas, pela dissolução dos costumes e pela mentalidade neopagã que avança sem freios.

O exemplo dos mártires para os católicos de hoje

O martírio destes franciscanos lança um alerta para cada fiel: até onde estamos dispostos a ir pela verdade? Quantas vezes tememos levantar a voz contra o erro, temendo a zombaria dos homens, o desprezo ou as perseguições ideológicas? Os cinco missionários espanhóis enfrentaram o martírio por algo que hoje muitos católicos já não ousam sequer mencionar: a defesa da moral cristã.

Padre Pio, que tanto sofreu por defender a fé e a moral, certamente veria nesses mártires irmãos espirituais que, como ele, não temeram a cruz. Seu exemplo deve nos inspirar a sermos intransigentes na defesa da verdade, pois como bem ensinava o santo capuchinho: “A verdade é inalterável; não muda, não pode ser superada”.

Quer conhecer mais histórias de mártires que deram a vida por Cristo? Inscreva-se aqui para receber conteúdos exclusivos e fortalecer sua fé diante das perseguições modernas.

***

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Abrir bate-papo
Precisa de ajuda?
Olá, gostaria de falar com a Associação Regina Fidei?