Uma graça incomensurável nos é concedida na Eucaristia, mas será que a tratamos com a devida reverência?
A Eucaristia é o mais sublime dos mistérios, a maior dádiva que Deus confiou à humanidade. Ao pronunciar as palavras “Este é o meu Corpo, este é o meu Sangue” (Mateus 26,26), Nosso Senhor Jesus Cristo não apenas instituiu o Sacramento por excelência, mas também nos deu a si mesmo por inteiro.
O Céu se faz presente na Terra, os anjos se prostram em adoração, e, no entanto, muitos corações se aproximam d’Ele sem a preparação adequada.
Uma união que exige pureza
Santo Tomás de Aquino ensina que a Eucaristia é o sacramento de nossa salvação. Mas quem recebe esse Sacramento sem a devida dignidade, não se faz réu diante de Deus?
A Igreja sempre ensinou que a Comunhão exige preparação, um coração puro, uma alma livre do pecado mortal. A pressa moderna, a indiferença e o esquecimento do temor de Deus fazem com que muitos se aproximem do altar como se recebessem um pedaço de pão qualquer, sem sequer um exame de consciência, sem uma confissão digna, sem a menor reverência.
Essa displicência seria tolerada se estivéssemos diante de um rei terreno?
Quanto mais diante do Rei dos Reis!
Cada Santa Missa é um mistério insondável, uma nova renovação do Sacrifício do Calvário, onde o mesmo Cristo que sofreu e morreu por nós se faz presente no altar.
E nós? Como retribuímos esse dom?
A sagrada comunhão e o juízo sobre nossas almas
São João Crisóstomo afirmou com veemência: “A Eucaristia é a maior das graças.” Mas aquele que a recebe indignamente não se aproxima da condenação? O próprio São Paulo alerta: “Quem come e bebe sem discernir o Corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação” (1 Coríntios 11,29).
Como então tantos ousam recebê-Lo com frivolidade, em meio a risos, conversas e distrações?
A reverência para com a Sagrada Comunhão não é um detalhe cerimonial, mas uma questão de fé. Quem crê verdadeiramente na Presença Real de Cristo no Santíssimo Sacramento ajoelha-se com temor e amor.
Quem tem consciência de seus pecados, busca com urgência a Confissão. Quem compreende o valor desse dom imenso, não se aproxima dele sem a devida preparação.
Se o Padre Pio, que tinha um amor abrasado pela Eucaristia, derramava lágrimas diante do Santíssimo Sacramento, se permanecia horas e horas em oração antes de celebrar a Missa, que diria ele ao ver a frieza com que hoje muitos se aproximam do altar?
Nossa Senhora: o modelo perfeito de preparação
A Virgem Santíssima foi a primeira a receber Nosso Senhor em seu seio puríssimo. Ela, que em tudo fez a vontade de Deus, é o modelo perfeito de preparação para a Sagrada Comunhão.
Com que pureza de alma, com que humildade, com que amor Maria recebeu o Verbo de Deus!
Se queremos nos aproximar dignamente da Eucaristia, precisamos imitar Nossa Senhora: cultivar a humildade, rejeitar o pecado, ter sede de santidade.
Não basta ir à Missa por obrigação ou com um coração disperso; é preciso preparar-se com oração, com recolhimento, com verdadeiro espírito de adoração.
A Eucaristia nos chama à santidade
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “A Eucaristia é a fonte e o ápice de toda a vida cristã” (CIC 1324). Esse Sacramento nos transforma, nos fortalece, nos une a Cristo de maneira inigualável.
Mas para que essa graça produza frutos, devemos estar dispostos a viver conforme a vontade de Deus, afastando-nos das ocasiões de pecado, buscando a santidade com seriedade.
Diante de tudo isso, cada um deve se perguntar: tenho me preparado verdadeiramente para receber Nosso Senhor? Aproximo-me da Eucaristia com a dignidade que Ele merece? Se a resposta for negativa, é tempo de mudar.
Confesse-se, reze, medite sobre o grande mistério do altar. O próprio Jesus aguarda, cheio de amor, aqueles que querem recebê-Lo com um coração sincero.
Não deixe para depois: restaure sua vida espiritual!
Se esta reflexão tocou seu coração, faça algo a respeito. A Regina Fidei preparou um devocionário especial com orações e instruções sobre a melhor forma de se preparar para a Comunhão.