Relatório revela aumento de agressões físicas, profanações e sentimento de exclusão entre os cristãos árabes em Israel e Jerusalém Oriental.

Cristãos em Israel: o retrato da perseguição invisível
Um relatório alarmante divulgado no Centro Notre Dame de Jerusalém acendeu um alerta que muitos preferem ignorar: os cristãos em Israel e Jerusalém Oriental estão enfrentando uma escalada de hostilidade.
O estudo anual do Centro Rossing para Educação e Diálogo, realizado com 300 cristãos árabes em dezembro de 2023, revelou uma realidade que contrasta com o imaginário turístico da Terra Santa.
Cerca de 180 mil cristãos vivem em Israel, representando apenas 1,8% da população. A grande maioria é árabe, e muitos relatam viver sob constante tensão.
O documento aponta 111 incidentes de agressão e intimidação registrados em 2023 — um número que, embora represente apenas a superfície do problema, já causa preocupação em líderes religiosos e especialistas.
Violência nas ruas e nos templos
O tipo de ataque mais frequente é também o mais humilhante: agressões físicas e cusparadas, principalmente contra clérigos. Por serem facilmente identificáveis pelas vestes, padres e religiosos tornam-se alvos fáceis para grupos extremistas.
Os perpetradores, segundo o relatório, são em sua maioria jovens de comunidades ultraortodoxas e nacionalistas.
Além disso, igrejas cristãs vêm sofrendo com atos de vandalismo. Pichações, arremessos de pedras e até incêndios criminosos foram registrados em diversos locais sagrados.
No Monte Sião, onde as tradições judaica e cristã convivem lado a lado, há um aumento notável de ataques a edifícios religiosos e até cemitérios cristãos.
“Não nos atacam diretamente, mas também não se importam”
Essa é a percepção de Hana Bendcowsky, diretora do Centro de Relações Judaico-Cristãs de Jerusalém. Para ela, o problema não está apenas nas agressões físicas, mas numa espécie de negligência institucional.
Segundo ela, as autoridades não promovem ataques deliberados, mas demonstram um desinteresse calculado pelas dificuldades enfrentadas pelas comunidades cristãs.
Entre os desafios citados pelas lideranças religiosas estão a obtenção de vistos para clérigos estrangeiros, autorizações para celebrações e até a tentativa de expropriação de terras das igrejas.
Muitos sentem que sua presença é tolerada, mas não acolhida.
Sentimento de exclusão e desejo de partir
A pesquisa revelou que apenas 30,8% dos cristãos se sentem aceitos na sociedade israelense. O sentimento de rejeição é ainda mais forte entre os jovens de 18 a 29 anos: 56% afirmam não se sentir parte da sociedade.
A aprovação da Lei Básica de 2018, que define Israel como o Estado-nação do povo judeu, reforçou esse sentimento de marginalização. Para 64,8% dos entrevistados, essa lei institucionalizou o status de “cidadãos de segunda classe” para os cristãos. O impacto é profundo: 36% dizem pensar em emigrar. Em cidades como Haifa, esse número chega a 48%.
A fé que resiste no meio da tormenta
Apesar do clima de hostilidade, muitos cristãos continuam testemunhando sua fé com coragem. Mais da metade dos entrevistados (58,5%) ainda se sentem confortáveis usando símbolos religiosos em áreas de maioria judaica, mesmo sabendo dos riscos.
Isso nos faz lembrar o próprio Padre Pio, que em tempos de perseguição não escondeu sua batina nem cedeu diante das humilhações públicas — como quando foi proibido de celebrar Missas públicas por causa de calúnias.
Esse mesmo espírito de fidelidade se vê hoje entre os cristãos da Terra Santa. São homens e mulheres que, mesmo sob ataque, não abandonam sua fé.
Muitos se identificam como “cristãos árabes”, “cristãos israelenses” ou “cristãos palestinos”, refletindo uma complexa interação entre identidade nacional e espiritualidade.
Padre Pio e os perseguidos de hoje
Assim como o Padre Pio suportou falsas acusações, interrogatórios e exclusão, os cristãos israelenses de hoje também se veem isolados.
Mas assim como ele respondia ao sofrimento com o Miserere nos lábios, esses fiéis encontram consolo na oração e na esperança de justiça divina.
Se o mundo ignora esses cristãos, resta a nós, católicos, olhar por eles. Orar por eles. E agir.
Que tal começar agora? Acenda uma vela virtual por esses cristãos perseguidos. É um pequeno gesto de fé, mas que une corações e mantém viva a chama da esperança na Terra Santa.
Conclusão: ignorar é consentir
O relatório do Centro Rossing é claro: os ataques não são parte de uma política de Estado, mas refletem um clima social cada vez mais hostil aos cristãos.
O silêncio das autoridades, a omissão da comunidade internacional e a apatia do Ocidente contribuem para o agravamento da situação.
A história da Igreja é marcada por perseguições — e por mártires. Que não sejamos nós os que viram o rosto. Como dizia o Padre Pio, “o mundo poderia viver sem o sol, mas não sem a Santa Missa.”
E talvez também não sem os cristãos que, mesmo sofrendo em silêncio, mantêm acesa a chama da fé no coração da Terra Santa e através das Missas rezadas diariamente ao redor do mundo.
Você também pode manter essa chama acesa — com sua oração. Clique aqui e acenda uma vela pelos católicos perseguidos em Israel e ao redor do mundo.





Respostas de 2
Que Deus abençoe, proteja e fortaleça os Cristãos Católicos. Deus abençoe o Papa, o Clero Católico e todas às famílias. Amém!!
Que Deus tenha misericórdia de nossos irmãos da terra santa