Regime de Daniel Ortega intensifica perseguição religiosa e reforça sua hostilidade contra a Igreja Católica.

A Nicarágua, terra outrora fervorosa na fé, se vê cada vez mais sufocada pelo braço pesado da tirania.
O regime de Daniel Ortega, que há anos trava uma guerra aberta contra a Igreja Católica, acaba de perpetrar mais uma infâmia: a expulsão de cerca de 30 monjas clarisas dos seus conventos em Manágua e Chinandega.
Como foragidas em sua própria pátria, essas filhas espirituais de Santa Clara de Assis foram arrancadas de suas moradas, forçadas a abandonar o país levando apenas alguns poucos pertences.
A cena, digna dos piores tempos de perseguição, nos remete a outras eras de trevas, quando regimes opressores tentavam silenciar a voz da Igreja.
Uma Perseguição Sistêmica Contra a Igreja
A expulsão das monjas clarissas não é um evento isolado. Pelo contrário, insere-se em uma estratégia de aniquilação da presença católica na Nicarágua.
Nos últimos anos, o governo de Ortega tomou o Seminário San Luis de Gonzaga, em Matagalpa, expulsando os seminaristas e impedindo a formação de novos sacerdotes.
As forças do regime também tomaram à força o Centro Pastoral La Cartuja, desalojando fiéis que lá se encontravam em retiro espiritual. Trata-se de um ataque planejado e sistemático, visando a desestruturação completa da Igreja.
Eis o que acontece quando um poder totalitário se volta contra o próprio Deus: perseguições, prisões arbitrárias, eclesiásticos forçados ao exílio. O número de sacerdotes na Nicarágua despencou drasticamente.
Em Matagalpa, mais de 60% do clero foi preso, forçado a fugir ou exilado. Nacionalmente, a redução já chega a 20%. Qual o próximo passo? Proibir a celebração da Santa Missa? Converter as igrejas em salões do partido?
O Silenciamento das Vozes de Deus
O caso do bispo Rolando Álvarez, inicialmente condenado a 26 anos de prisão e depois exilado em Roma, mostra o verdadeiro objetivo dessa perseguição: silenciar os que têm coragem de erguer a voz contra a tirania.
Seu substituto, o padre Frutos Valle, também foi preso, confirmando a sanha persecutória do regime. Diante disso, resta perguntar: até quando o mundo assistirá impassível a esse massacre espiritual? Até quando as nações cristãs permanecerão caladas diante do calvário da Igreja nicaraguense?
O Papa Francisco manifestou sua solidariedade aos fiéis da Nicarágua, recordando-lhes que a Providência Divina nunca os abandonará. Mas as palavras, por mais nobres que sejam, precisam ser acompanhadas de ação concreta.
Os católicos de todo o mundo devem erguer sua voz em favor dos seus irmãos perseguidos. O silêncio conivente fortalece o tirano; a denúncia firme e a oração sincera são armas poderosas contra o mal.
Um Chamado à Consciência Cristã
A história nos ensina que nenhuma perseguição dura para sempre. Impérios caíram, déspotas foram varridos da história, mas a Igreja permanece.
No entanto, isso não significa passividade. Assim como outrora São Pio de Pietrelcina combateu o mal com oração e resistência, hoje somos chamados a agir. Padre Pio, que sofreu perseguições e difamações, jamais cedeu à opressão, sustentado por uma fé inabalável e pela certeza de que a vitória de Cristo é inevitável.
E nós, que temos o conforto de nossa fé em liberdade, que faremos?
Nos limitaremos a lamentar a situação da Nicarágua ou tomaremos atitudes concretas?
Os católicos precisam se unir em oração pelas religiosas expulsas, pelos sacerdotes perseguidos e pelos fiéis que permanecem sob o jugo do regime. Além disso, devem exigir que organismos internacionais pressionem o governo de Ortega, denunciando essa perseguição brutal.
A luta da Igreja nicaraguense é a luta de todos nós. Não podemos aceitar que a fé seja expulsa de uma nação, que sacerdotes sejam tratados como criminosos e que religiosas sejam lançadas à própria sorte.
Que o exemplo de fidelidade de Padre Pio nos inspire a manter firme o combate pela liberdade da Igreja. Rezemos e ajamos, pois a omissão nunca foi a postura dos verdadeiros católicos.