O céu nos Avisa: sinais ou simples estatísticas?

O aumento das chuvas e das temperaturas desafia a lógica natural. Devemos ignorar ou refletir?

Os céus se abrem com intensidade nunca vista, os termômetros sobem sem freios e os cientistas empilham números, gráficos e projeções. A notícia divulgada recentemente aponta para um recorde de temperatura global em 2024, ultrapassando em 1,6 °C os níveis pré-industriais. 

Como se não bastasse, as chuvas também ultrapassaram a média, atingindo uma quantidade sem precedentes. O que antes parecia um ciclo previsível da natureza, hoje se apresenta como um enigma. E a pergunta que ecoa entre os homens de fé e de ciência é: trata-se apenas de um capricho estatístico ou um aviso do Criador?

A natureza castigada ou castigadora?

Diante de tais informações, a postura da maioria é buscar justificativas naturais. Explica-se o fenômeno por El Niño, por alterações climáticas e outros termos de cunho científico. 

No entanto, aqueles que enxergam a história com olhos mais atentos percebem um padrão: tempos de graves desvios morais são acompanhados de crises naturais. 

Do dilúvio às pragas do Egito, das inundações em tempos de impiedade à seca nos dias de Elias, a relação entre o pecado dos homens e os castigos da natureza é um tema que atravessa séculos.

Por que o Criador permitiria que o planeta experimentasse tal desordem? Seria um chamado à reflexão? Uma advertência misericordiosa antes de um castigo mais severo?

A ciência fala, mas não explica tudo

O relatório do Centro Interdisciplinar de Ciências do Sistema da Terra, da Universidade de Maryland, apresenta os números com rigor acadêmico. A precipitação média global alcançou 2,9 mm por dia, um acréscimo em relação aos últimos quarenta anos. 

O aumento, aparentemente insignificante para leigos, é suficiente para gerar devastações em regiões como o sul da Ásia e a Austrália.

Eis a questão: até que ponto essas anomalias são meramente estatísticas e não sintomas de uma realidade mais profunda? Os dados acumulam-se como tijolos de um edifício sem alicerces: frios, rígidos, mas incapazes de sustentar uma resposta verdadeiramente satisfatória para a alma humana.

Padre Pio e os sinais dos tempos

São Pio de Pietrelcina viveu uma época de grandes tribulações e sempre chamou seus filhos espirituais à conversão. Ele nos alertava para não ignorarmos os sinais de Deus no mundo, pois muitas vezes os eventos extraordinários da natureza carregam mensagens silenciosas, esperando corações dispostos a ouvi-las.

O Santo de San Giovanni Rotondo jamais se calou diante dos pecados do mundo. Falava com veemência sobre a necessidade da penitência e da oração. 

Se hoje ele estivesse entre nós, acaso não nos diria o mesmo? Perceberia ele nesta sucessão de eventos climáticos um chamado à redenção?

Um apelo à consciência cristã

Diante dessas chuvas intensas e temperaturas abrasadoras, não nos deixemos levar apenas pelos relatórios e tabelas. Reflitamos! Estaremos, como humanidade, atraindo sobre nós mesmos uma colheita amarga devido às sementes do relativismo moral, da indiferença religiosa e da corrupção dos valores?

Se a própria natureza nos parece desordenada, é porque os homens perderam o rumo. Se as águas se revoltam, talvez seja o clamor da Terra diante de tantos crimes espirituais.

Façamos como Padre Pio e recorramos às armas da oração e da penitência. Quantos milagres já não foram obtidos pelo Rosário bem rezado, pelo jejum sincero e pela confiança na Divina Providência?

A chuva que cai sobre a Terra pode ser um aviso, mas também pode ser um convite à restauração. Resta a cada um de nós decidir: ignoramos ou escutamos?

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