Uma reflexão para este início de Quaresma

A Quarta-feira de Cinzas, que acabamos de viver há alguns dias, outrora um marco na vida cristã, tornou-se hoje um dia como outro qualquer.

No passado, era o momento em que as cidades mudavam seu ritmo, os sinos chamavam ao arrependimento, e os fiéis inclinavam suas cabeças sob o peso das cinzas, reconhecendo sua fragilidade e buscando o perdão de Deus.

Mas e agora? O que resta dessa tradição sagrada? Apenas um vago ritual, esvaziado de sua força, incapaz de tocar os corações endurecidos da modernidade.

O pecado, antes temido, agora celebrado

A mudança do mundo em relação ao pecado é avassaladora. Antes, o pecador sentia vergonha de sua condição, sabendo-se em oposição à lei de Deus. Hoje, ele se vangloria dela.

O pecado não é apenas aceito, mas incentivado e exaltado. Os que vivem segundo a moral cristã são vistos como retrógrados, enquanto os que zombam dos mandamentos divinos são louvados como livres e modernos.

As nossas cidades, como tantas outras ao redor do mundo, não mudaram seu semblante na Quarta-feira de Cinzas.

A dissipação do Carnaval cedeu lugar à rotina de sempre, sem espaço para a reflexão ou o arrependimento. Nunca a impiedade foi tão organizada, tão estruturada, tão consciente de seu domínio.

Igrejas esvaziadas de reverência

Se fosse apenas o mundo secular a se afastar da penitência, já seria uma tragédia. Mas o problema maior é que, dentro da própria Igreja, o sentido do pecado foi apagado.

Sem querer generalizar, mas o fato é que, em tantas paróquias, o discurso se tornou conivente com a tibieza. O pecado já não é apresentado como ofensa grave a Deus, e a necessidade de reparação desapareceu de muitas homilias.

O próprio ato de comungar, que deveria ser um gesto sagrado, tornou-se uma mera formalidade. Pessoas que vivem objetivamente longe da graça de Deus se aproximam do altar sem receio, sem confissão, sem exame de consciência.

E o que dizer da postura? Vestes que violam a modéstia, atitudes que desrespeitam a dignidade do lugar sagrado. A atmosfera é mais de entretenimento do que de adoração.

Como é possível falar de Quaresma nesse ambiente? Como lembrar aos homens que este é um tempo de penitência, se a própria noção de penitência foi dissolvida?

A inversão total dos valores

Se no passado o pecador se envergonhava de seus erros, hoje ele se sente fortalecido por uma sociedade que incentiva sua rebeldia. O erro não apenas é admitido, mas glorificado. Aqueles que tentam resistir à maré da impiedade são ridicularizados.

Mas Deus não muda. Ele, que é a Verdade, mantém Sua justiça.

O Divino Mestre nos advertiu claramente: “Quem não está Comigo está contra Mim”. Não há meio-termo. A amizade com Deus ou a submissão ao pecado, essa é a escolha que se coloca diante de cada homem.

O chamado à penitência verdadeira

A Quaresma não é um mero período de tradições, mas um tempo de mudança interior. No passado, os pecadores públicos se apresentavam diante da Igreja, reconhecendo suas faltas e buscando o perdão divino. Hoje, esse senso de gravidade se perdeu, mas Deus continua chamando.

Padre Pio, que viveu em um tempo em que a crise da fé já dava seus primeiros sinais, não hesitava em dizer a verdade aos penitentes. Para ele, a confissão não era um simples desabafo, mas um compromisso real de mudança. Ele sabia que Deus Se leva infinitamente a sério e que não há salvação sem arrependimento sincero.

Em Fátima, Nossa Senhora já nos convidava à reparação e à penitência. E nos mostrou o quanto o pecado ofende a Deus e como a humanidade, ao se afastar da graça divina, atrai sobre si mesma severos castigos.

E nós? Vamos deixar essa Quaresma passar como qualquer outro tempo do ano? Ou vamos nos levantar contra a tibieza e buscar a verdadeira conversão?

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Uma resposta

  1. Gostei muito da explicação como devemos nos comportar na quaresma assim tento fazer só me falta fazer uma boa confissão mas que Padre Pio interceda para que me ilumine para ir a um padre bom confessor que nem sempre se encontra glória a Deus Amém 🙏❤️🇵🇹

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