O ódio do mundo contra os santos não é novidade. O que levou os próprios colegas sacerdotes a se voltarem contra o Cura d’Ars e contra Padre Pio?

O que levou os próprios colegas sacerdotes a se voltarem contra o Cura d’Ars e contra Padre Pio?

A história da Igreja está repleta de figuras heroicas que, por sua fidelidade inquebrantável a Deus, sofreram incompreensões, calúnias e até perseguições dentro do próprio clero. Dois desses grandes santos foram São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, e São Pio de Pietrelcina. 

Separados por séculos, ambos enfrentaram provações semelhantes: perseguição, inveja e desprezo, até mesmo daqueles que deveriam ser seus irmãos de vocação. 

Mas por que os santos incomodam tanto? O que faz com que aqueles que deveriam reconhecer sua santidade, sejam os primeiros a atacá-los?

A guerra contra os santos

A história do Cura d’Ars é emblemática. Homem simples, de pouca instrução acadêmica, mas de profunda sabedoria divina, São João Maria Vianney se tornou alvo de ataques impiedosos. 

Os próprios sacerdotes o ridicularizavam. Chegavam a escrever cartas anônimas, acusando-o de desonrar a batina, de ser ignorante e incapaz de converter almas. Até mesmo uma denúncia formal foi enviada ao bispo, esperando que ele fosse afastado da paróquia.

Como reagiu o santo? Respondeu com humildade. Não se defendeu, não acusou ninguém, mas assinou a própria denúncia e a enviou de volta ao remetente. 

Para ele, não havia maior alegria do que ser desprezado pelo mundo por amor a Cristo. E o resultado? Multidões iam até Ars para confessar-se com ele. O “ignorante” converteu mais almas do que qualquer um de seus detratores poderia imaginar.

Séculos depois, algo semelhante acontecia em San Giovanni Rotondo. Padre Pio, estigmatizado, dotado de dons sobrenaturais, via-se alvo de ferozes perseguições dentro da própria Igreja. Proibido de celebrar missas públicas e confissões, tratado como impostor, investigado incessantemente, suportou tudo em silêncio. Quando finalmente sua santidade foi reconhecida, o próprio povo o proclamava um santo vivo.

Por que os santos incomodam?

O mundo odeia a santidade. E dentro da Igreja, aqueles que se acomodaram ao espírito mundano sentem-se ainda mais incomodados diante dos santos. 

A vida de um santo é um espelho que reflete a tibieza dos que deveriam ser fervorosos. A oração incessante, a penitência austera e o zelo ardente denunciam, sem palavras, aqueles que buscam a facilidade e os prazeres disfarçados de devoção.

Por isso, os santos são perseguidos. Os fariseus de cada época temem perder sua influência diante do brilho de uma santidade autêntica. Assim como Cristo foi rejeitado pelos sacerdotes de Seu tempo, também seus seguidores enfrentam a fúria daqueles que deveriam ser seus aliados.

A resposta dos santos

Diante da perseguição, o que fizeram São João Maria Vianney e São Pio de Pietrelcina? Revidaram? Defenderam-se publicamente? Lançaram acusações contra seus detratores? Não. 

Eles se humilharam, aceitaram o sofrimento e confiaram em Deus. Sabiam que a verdade, mais cedo ou mais tarde, se imporia.

O Cura d’Ars não saiu de Ars. Continuou sua missão. Padre Pio não abandonou o convento. Continuou sua oração. Ambos confiaram em Nossa Senhora, suportaram as injustiças e seguiram sua vocação até o fim. Deus, no tempo certo, os exaltou diante de todos.

O que aprendemos com isso?

A perseguição não é um sinal de derrota, mas de fidelidade. Se os santos foram atacados, insultados e até expulsos, por que nos admiramos quando algo semelhante acontece hoje? 

Cada católico que deseja seguir seriamente a Cristo deve estar preparado para ser incompreendido. Quanto mais fiel se é, mais se incomoda os que vivem na mediocridade.

Nos dias atuais, vemos um mundo que rejeita a santidade. O relativismo e o espírito do tempo tentam apagar a luz dos que ainda querem viver o verdadeiro Evangelho. No entanto, há um modelo a seguir: o silêncio paciente dos santos, que confiavam na justiça divina e não na dos homens.

Um chamado à ação

O mundo continua tentando silenciar os que são fiéis. A perseguição moral, a ridicularização da fé e a tentativa de desmoralizar aqueles que defendem a verdade fazem parte de nossa época. Mas a história nos ensina que os santos nunca são derrotados. Eles vencem pelo sofrimento e pelo amor a Deus.

E você? Está pronto para enfrentar a incompreensão por amor a Cristo? Está disposto a defender a fé, mesmo que isso traga calúnias e perseguições? 

São João Maria Vianney e São Pio de Pietrelcina foram provados no fogo da perseguição e saíram vitoriosos. Cabe a nós seguirmos o mesmo caminho.

Que Nossa Senhora nos ajude a sermos fiéis até o fim, como esses grandes santos. E que a intercessão deles nos fortaleça na batalha espiritual de cada dia.

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