O ensinamento de Pio XII que desafia preconceitos e exorta à verdadeira piedade

Ao rezar o Terço durante a Missa, os fiéis não estão quebrando regras ou desrespeitando a Liturgia

A prática de rezar o Terço durante a Santa Missa é frequentemente alvo de debates entre fiéis, clérigos e estudiosos da Liturgia. 

Seria essa uma forma legítima de participar do Santo Sacrifício ou uma distração do essencial?

Para responder a essa questão, nos voltamos às palavras do Papa Pio XII, cuja sabedoria pastoral lança luz sobre esse tema e desfaz preconceitos que podem limitar a espiritualidade de tantos fiéis.

O lugar do Terço na participação da Missa

Muitos acreditam que a participação na Missa deve restringir-se exclusivamente às orações do Missal e às ações litúrgicas realizadas em comum. 

Essa perspectiva, embora bem-intencionada, pode ser uma armadilha para aqueles que não conseguem compreender plenamente o rito ou que possuem necessidades espirituais particulares. 

O Papa Pio XII, em sua encíclica Mediator Dei, reconheceu as diferenças entre os fiéis e destacou que nem todos podem absorver a riqueza litúrgica da mesma maneira.

Para essas almas, ele propõe uma alternativa que não apenas respeita suas limitações, mas que também eleva sua participação na Santa Missa:

“Certamente que o podem fazer de outra maneira, e para alguns, mais fácil: por exemplo, meditando piamente os mistérios de Jesus Cristo ou fazendo os exercícios de piedade e outras orações que, embora na forma difiram dos sagrados ritos, a eles, todavia correspondem pela sua natureza.

Aqui, encontramos uma afirmação clara de que orações como o Terço podem perfeitamente harmonizar-se com o espírito litúrgico, desde que feitas com devoção e alinhadas ao espírito do Sacrifício Eucarístico.

Uma prática que une piedade e participação

O Terço, longe de ser uma distração, pode ser um auxílio poderoso para aqueles que desejam meditar nos mistérios da vida de Cristo, enquanto acompanham a renovação incruenta do Calvário que ocorre sobre o altar. 

Ao repetir as orações marianas, o fiel mergulha nos mistérios da Encarnação, Paixão e Ressurreição do Senhor, unindo-se espiritualmente ao Santo Sacrifício.

Essa prática não diminui a dignidade da Liturgia, mas, como ensina Pio XII, pode ser um meio eficaz de alcançar os benefícios espirituais da Missa, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades em acompanhar os ritos e as cerimônias no Missal.

A universalidade da Igreja e a diversidade de suas almas

É notável a visão pastoral de Pio XII ao reconhecer que a espiritualidade não é uniforme e que as almas possuem necessidades e disposições variadas. 

Essa abertura à diversidade espiritual reflete a universalidade da Igreja, que acolhe a todos, independentemente de sua formação litúrgica ou intelectual.

Essa compreensão nos lembra do exemplo de São Pio de Pietrelcina, que, em sua profunda devoção mariana, recomendava frequentemente o Terço como arma espiritual. 

Padre Pio enxergava no Terço não apenas uma prática piedosa, mas uma força transformadora que atraía os fiéis para mais perto do Coração de Jesus.

Aplicações práticas para os nossos dias

Diante dessa reflexão, é oportuno considerar como podemos aplicar esse ensinamento em nossa vida cotidiana. Em tempos de distrações constantes e desafios espirituais, a prática do Terço, mesmo durante a Missa, pode ser um refúgio para muitas almas. 

Contudo, é essencial que essa prática seja feita com reverência e em sintonia com o espírito litúrgico, evitando atitudes que possam causar desordem ou distração aos outros fiéis.

Se você deseja aprofundar sua participação na Missa e fortalecer sua devoção mariana, considere unir o Santo Sacrifício do Altar com a meditação dos mistérios do Terço. Essa prática pode transformar sua vida espiritual, assim como transformou a de tantos santos.

Conclusão

Ao rezar o Terço durante a Missa, os fiéis não estão quebrando regras ou desrespeitando a Liturgia, mas, pelo contrário, estão encontrando um caminho legítimo e eficaz de participar do mistério central da nossa fé. 

Que possamos, seguindo os ensinamentos de Pio XII e o exemplo de Padre Pio, utilizar as práticas de piedade para nos aproximar ainda mais de Deus e da Eucaristia.

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Uma resposta

  1. Obrigada por compartilhar essa informação. Eu acreditava que era uma atitude anti-liturgica, onde o fiel não estava aproveitando bem a Santa Missa.

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